Jardim de belas flores
Era uma vez um lindo jardim…
Não, o jardim não era tão lindo assim, porque há tempos vinha sendo regado pela má água da fonte da mágoa.
Ervas daninhas brotavam e as flores não tinham cor.
Elas formavam uma linda família de flores, mas que há gerações se faziam de surdas para as palavras do Senhor.
Por isso elas se machucavam, criando espinhos que se entrelaçavam formando uma teia de dor.
De tempos em tempos, o Senhor do Tempo as banhava com as águas do Rio do Esquecimento, dando à essa família a oportunidade do renascimento. Mas por desconhecerem o Divino Mandamento, voltavam a se ferir.
Até que um dia, o Grande Jardineiro resolveu intervir. Ele queria ver aquele jardim inteiro se colorir.
Então colheu em seu próprio jardim, submerso no Firmamento, dois Vegetais Divinais: a Chacrona e o Mariri. Um para trazer a Força, o outro para trazer a Luz.
Ferveu-os no fogo sagrado do grande Mestre Jesus.
E entre todas as flores, escolheu um brotinho que tinha um pouco mais de cor. Regou nesse brotinho a sementinha do amor, que toda flor, mesmo as que estão sem cor, carregam dentro de si para que um dia possam se abrir com todo o seu esplendor.
O brotinho então foi crescendo, se alimentando do Pão do Criador, que o orientou a esperar em Oração, porque o tempo e o vento iriam ajudar a espalhar e a fazer germinar a semente da flor formosa da gratidão.
A gratidão quando nasce, vai devagarinho, amolecendo o espinho, abrindo caminho para o amor passar.
O brotinho então, confiou e fez como o Jardineiro ensinou. Agindo sempre dentro desta Verdade, com Firmeza, Gentileza e Humildade.
Até que as outras flores, vendo naquele pequenino a grandeza do Ser Divino, pediram ao Mestre Jardineiro um copo daquele mel ensinador, que foi trazido do céu no bico do beija-flor.
Regados por aquele primor, o jardim inteiro se iluminou, e as flores puderam se ver e perceber que aqueles espinhos serviam mais para ferir do que para proteger.
Então elas começaram a se despir, os espinhos começaram a cair, elas deixaram o medo ir.
Tudo começou a se colorir.
Gerações e gerações de flores foram se reencontrando, se perdoando, se perfumando, se curando, se amando…
Novas flores foram brotando.
Eles viveram felizes celebrando… o Sol, a Lua, a Vida, a Alegria… Entenderam que a auto-responsabilidade abre o caminho para a empatia. Com isso perceberam que cada flor era diferente, mas era isso que as unia.
Cada flor tem seu perfume, seu próprio tempo de nascer, de florescer… Cada uma tem sua cor, mas é essa diversidade, firmada no caminho da Verdade, que faz florescer o amor.
Transmuta um campo de espinhos no Jardim Sagrado de Nosso Senhor.
Por lua Van
